Avaliação de um cruzeiro no Vision of the Seas por um Turista

Na última sexta-feira (9/dez), após receber confirmação que nossa filha tinha sido aprovada para o próximo ano escolar, resolvemos marcar imediatamente um cruzeiro marítimo. Marinheiros de primeira viagem, escolhemos uma viagem de 4 noites, embarcando logo na segunda-feira (12/dez) e terminando a viagem na sexta-feira (16/dez).

Tínhamos, portanto, pouco tempo para os preparatórios que, para os inexperientes Turistas, parecia não ser suficiente. Tentamos não esquecer de nenhum detalhe, afinal pretendíamos participar de todos os eventos do cruzeiro, incluindo jantares de gala (quem assistiu ao filme Titanic vai se lembrar do que se trata).

O navio escolhido foi o Vision of The Seas, da Royal Caribbean, construído em 1998, e totalmente re-decorado em 2008, que comporta aproximadamente 2500 passageiros mais 750 tripulantes.

Seguimos rigorosamente as sugestões obtidas no manual de instruções enviado pela Royal Caribbean com relação a caminho entre São Paulo e Santos. Ainda não tenho certeza se foi a melhor alternativa, pois fomos pela Rodovia Anchieta (repleta de caminhões) ao invés de ir pela Imigrantes (reservada para automóveis de passeio).

Chegar até o porto foi fácil, mas falta sinalização para nos conduzir para os terminais de passageiros. Escolhemos um tradicional estacionamento chamado “Edinho” que nos custou R$160 por todo o período da viagem, considerando o desconto de R$40 negociado na hora. O atendimento foi muito bom, tanto dos manobristas como do pessoal que nos ajuda com as malas no terminal de embarque.

Prepare-se para deixar uma “caixinha” para cada um desses atendentes, manobristas, etc.

Embarcamos pelo “Salão Laranja”. A fila para o check-In foi grande e demorada, o que contrasta bastante com o glamour esperado em um cruzeiro.

Diz a lenda que beber a água servida no navio pode provocar desarranjos intestinais. Tínhamos orientação de tomar apenas refrigerantes e águas engarrafadas. Mesmo assim, tomamos muita água, sucos, café e chá inclusos no preço e nenhum de nós três (pai, mãe e filha) sofreu qualquer sintoma.

Nossa cabine (externa grande) foi bastante confortável. Uma cama king-size e um beliche acomodaram-se muito bem no pequeno dormitório.

As dimensões da cabine são bastante diferentes daquela onde Leonardo di Caprio desenhou nua a moça com o colar. Para quem pode pagar, exitem as Suites e a Royal Suite. Esta sim, deve ser similar à do filme.

Pelo depoimento de passageiros mais experientes, os navios da Royal Caribbean são notoriamente mais luxuosos que os concorrentes. Mesmo assim, há alguns que preferem as opções de entretenimento oferecidas por outras frotas.

No primeiro dia já deu piscina com direito a música ao vivo. De noite, festas informais, jantar elegante, mais música ao vivo e uma balada para maiores de 18 anos. Para crianças e adolescentes, monitores preparam os agitos da noite da garotada além, é claro, de cuidar para que ninguém exagere da independência.

Enquanto há luz do dia, as atrações parecem ser as mesmas. Piscina, descanso, paisagem, música ao vivo e, para dar um tempero, a equipe de entretenimento sempre encontra uma brincadeira em grupo. Casados contra solteiros, homens contra mulheres ou passageiros contra tripulantes. Cada dia dia um jogo diferente. Foram dois dias navegando até chegarmos em Búzios.

Terceiro dia: Búzios. É uma cidade pequena, daquelas do interior. Tem praça, ruas apertadinhas,várias delas transformadas em elegantes calçadões, decorados com lojas modernas instaladas em edifícios históricos. Outro detalhe charmoso é uma rua pavimentada com grandes pedras que adorna comércio luxuoso da praínha. O contraste entre a modernidade das lojas lá instaladas e dos prédios centenários que as hospedam é, sem dúvida, orgulho dos arquitetos locais. Ficamos apenas por uma hora em Búzios e decidimos voltar para aproveitar a atração principal: o navio.

Noite recheada de jantares e espetáculos finos enquanto navegamos em alto-mar com destino a Ilhabela.

Quarto dia: Ilhabela. Em diversos aspectos, a arquitetura de Ilhabela é similar à de Búzios. Edificações históricas devidamente restauradas e, muitas delas, adaptadas para atender as exigências de um público mais exigente. Por ser mais próxima de São Paulo, o pequeno centro histórico é mais populado e cheio de bares e restaurantes para atender a todos os gostos. Para quem foi fazer os passeios opcionais ao cruzeiro, recomenda-se muito repelente contra insetos. A ilha é famosa pelos borrachudos, uma espécie de pernilongo bastante agressivo, cujas picadas causam severas irritações à pele. Há quem diga que são afrodisíacos, mas este Turista tem suas próprias teorias a este respeito.

A noite de despedida foi especial. Houve apresentações da tripulação, destacando a pluralidade de culturas que convivem quase que harmoniosamente flutuando sobre os oceanos. Pelas janelas ou no deck externo, víamos uma enorme tempestade elétrica que rodeava nosso barco. Chegou a chover, mas mesmo assim, não houve qualquer incômodo, afinal não faltaram atrações indoor.

Quinto dia: desembarque em Santos. Esta parte é monótona e demorada. A organização do navio poderia providenciar algum entretenimento nas salas onde os passageiros ficam esperando até serem chamados, em grupos, para o desembarque.

Um incidente ocorrido na primeira noite marcou nossa viagem. Nossa câmera fotográfica sumiu de uma mesa em um local de bastante movimento no navio. Apesar de toda a atenção que a equipe de segurança e da diretora do cruzeiro, nenhuma das mais de 600 câmeras de segurança instaladas no navio foi capaz de identificar quem pegou a câmera. Ouvi ainda que isto não é incomum de acontecer. Algumas de nossas memórias desta viagem foram perdidas, senão violadas. Ainda tenho esperanças que alguém localize e devolva nossa máquina (Casio Exilim EX-FC100, preta, em um estojo também preto).

Avaliação final:

Pontos positivos: A relação custo-benefício é muito boa; Muito luxo; Muita comida (chega a ser um exagero); Muito limpo; Ambiente familiar; Excelentes músicos e dançarinos. Alguns itens nas lojas são verdadeiras pechinchas, especialmente aqueles que não possum marcas famosas.

Pontos negativos: Excesso de eventos. Temos que abrir mão de assistir a um show se quisermos ouvir determinado músico ou jantar. Devo ter engordado 2Kg nesta viagem. Com o sumisso de minha câmera, questiono a segurança no navio. Alguns itens nas lojas estão longe de serem considerados pechinchas.

Dicas: A água e os sucos que são servidos a bordo são de boa qualidade. Não é necessário comprar o pacote de refrigerantes (US$30). Use a sauna e, depois, descanse no ambiente Zen apreciando o por do Sol.

O que poderia ser melhor: Alguns tripulantes são muito ríspidos, em especial com as crianças. Quando minha câmera sumiu, mais de um tripulante tentou atribuir a culpa a mim mesmo ou minimizar o fato do roubo, um crime a bordo.

O que faltou: fome (fomos muito bem servidos).

O que chamou a atenção: Save the Waves – programa de controle ambiental.

Por: Angelo (Turista)

 


Publicado

em

, ,

por

Tags:

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *